Voando por ai, participei do Festival de Poesia do Colégio CEPAENI - Oficina do fazer em Nova Iguaçu, uma escola muito simpática com poemas espalhados por toda parte, incluindo versos do Drummond numa grande pedra colocada na entrada da escola. "No meio do caminho tinha uma pedra". O Festival, que este ano teve o tema Pé de Saci sonhando poesia, faz parte das atividades do Projeto "Para gostar de ler, é preciso ler" da Professora Aurora.
O espaço escolhido para a minha ação foi o Café Poético com livros e quitutes.
O meu trabalho começou no contato direto, circulei pelo Café oferecendo "Poesia Para Degustar". Depois fui para o palco e mantive a interação. Convidei pais, professores e alunos para a Brincadeira da Poesia. "Vamos birncar de poesia?". Verso do poema Convite de José Paulo Paes. No poema "Um jeito bom de brincar" de Elias José eu dizia as perguntas e todos respondiam a resposta: Brinque de Poesia.
Comeu muito?
Tem azia?
Levou um
pito da tia?
Tirou nota
que não queria?
Caiu
problema que não sabia?
BRINQUE DE POESIA.
O público presente participou em outros poemas e em "Cogito" de Torquato Neto, fizeram os movimentos que faço com os braços tocando o corpo junto com a fala: Eu sou como eu sou.
Falei diversos poemas, mencionando sempre os poetas: Mario Quintana, Manuel Bandeira, Garcia Lorca, Drummond, Walt Whitman...
Usei um trecho do Tavinho Paes para falar um pouco sobre o que é a Poesia:
Se a poesia não existisse
as borboletas não sairiam do casulo
o zero seria nulo
as flores perderiam seus odores
o arco-íris não teria sete cores
nem haveria sol na lua
Colocando a minha impressão sobre o que é a poesia, falei meus poemas e para colocar a poesia no corpo, convidei umas meninas muito simpáticas do quinto ano do Ensino Fundamental para fazerem comigo a coreografia do meu poema: "Primeiro a Terra, Depois o Verde, Mais Tarde a Flor". Elas adoraram a proposta e executaram muito bem. Assim que eu cheguei na escola, pedi sugestão à Professora Aurora que me indicou esse grupo. Nós ensaiamos poucos minutos, mas elas estavam prontas e dispotas no momento da apresentação.
Para falar "A Bailarina" de Cecília Meireles, pedi que alguém viesse ao palco para fazer comigo os movimentos do balé. Surgiu a pequena e bela Maria Luiza.
Ela dançou timidamente com pequenos movimentos e depois desse poema não saiu mais do palco. Permaneceu fazendo movimentos e gestos enquanto eu falava outros poemas. No momento de dizer "As Borboletas" de Vinicius de Moraes, pedi para as meninas da flauta acompanharem no improviso e disse para Maria Luiza voar, que ela seria a borboleta. Minha pequenina assistente brilhou, ela voou, voou, voou...
E eu sai de lá voando na imaginação das crianças.
Maria Luiza ficou comigo até o final e agradecemos juntas, recebendo muitos aplausos.