Poema para Cora Beatriz Provasi Será que Cora chorará? Será que sorrirá? E a cara de Cora, corará? E a cor da careta de Cora, será coral? Cora no colo, carinho em Cora Cora linda carinha corada Cora de coragem e de coração Agora, Cora, não chora! - canta o coro de todas as cores. E Cora colore o mundo.
CHAMADO DE CORA Bruno Lima
Cora, querida A felicidade te espera Pela vida afora Enquanto você demora A vir ver a vida. Da primeira idade À última primavera O mundo aqui fora Te reserva mistérios De hoje, de outrora E de a partir de agora. Vem, Cora, querida Simbora! Vai chegando a hora De abrir a caixa De Pandora Quebrar o decoro Encarar a vida Vem, Cora, querida, Que tudo começa bem Aí cresce, aí sofre, Aí tem dia que piora, Tem catapora, Mas depois melhora Vem, Cora Vem ser menina Pra ler Cora Coralina Pra vender saúde E ser Cora Corada Pra brincar de ser O que tiver vontade Cora Curiosa Pra ver a fauna E a flora Pra subir no pé Provar da ameixa Comer da amora Fazer sua própria Trilha sonora Cora Curinga Pra dizer axé Seguir Ganesha Ou o Caipora... Ora, ora É a sua deixa A sua hora Tem rima até Com Nossa Senhora! Vem ser Cora Coração Pra se apaixonar Pela vida E ser correspondida Pra se casar Se quiser Virar nora Ou dar o fora Vem, Cora, Ser Cora Coruja Pra um dia ser mãe E também dar vida A outras Corinhas Ser Cora Corajosa Pra se reinventar E mudar de cor A cada aurora Até ficar velhinha: E virar Cora Coroa Bonitona, numa boa E depois Cora Corega! Orgulhosa da banguela E de uma vida, toda ela Ancorada no amor E escorada na entrega
***** vídeo no YouTube, basta digitar: "Chamado de Cora, com Betina Kopp ******
Primeiro pônei Juliana Hollanda e lá de longe vem ela
do céu do coração
- sua ação em nascer já demonstra experiência -
do desejo de teus pais, de um amor genuíno, em pleno explendor
do carnaval nos mares de itacoatiara
de um conhecer tão de longe...
verdade do querer
você nasceu bem pensada, amada, planejada que veio para alegrar nossa vida em muitas madrugadas e antes que os céticos venham reclamar, eu digo que sei que criança dorme cedo e você veio para nos ninar
alcalmar os corações com sua luz lilás da cor desse primeiro poema-pônei para você, menina. Meu coração! ♥
Vivenciei uma gestação
maravilhosa, muito saudável e feliz! Costumava dizer que estava melhor grávida,
pois com isso, parei de fumar e beber e passei a tomar conta de mim com muito
mais carinho e amor, pois dentro de mim cultivava um ser. Adquiri hábitos
saudáveis e pratiquei exercícios, pilates e hidroginástica, além de caminhadas
na praia. Ingeri alimentos super saudáveis, mas não deixei de comer minhas
besteirinhas, como doces, que amo! Comer é para mim um prazer muito grande e
por isso não quis me privar dessa felicidade. Estar feliz é fundamental para
aproveitar a gravidez. E eu aproveitei muito, nossa! Fiz tudo que podia. Dormi
bem, comi bem, fiz drenagem linfática, grupo de gestante, escultura de gesso da
barriga, diário para Cora, vídeos, fotos, performance... Sentia-me plena. É uma
sensação indescritível que só cabe a nós mulheres.
Fora a parte encantadora,
procurei ler e me informar bastante, fizemos isso, eu e o Tito. Com isso,
busquei um médico que atendesse minhas expectativas em relação ao parto natural
e encontrei. O pré-natal foi super tranqüilo, não senti nada, enjoo, azia, dor...
Não precisei tomar vitaminas e nem tomei nenhum remédio. Adorava ir ao médico,
era uma felicidade! Fazer ultra, então, nossa, um deleite para nossos olhos!
Desejava o parto na banheira, porque sempre tive uma relação muito boa com a
água e pensava que caso minha filha não nascesse na banheira, pelo menos faria
parte do trabalho de parto entrar em contato com a água. Planejei fazer no
Hospital Icaraí, porque aceita meu plano de saúde e tem uma sala linda de parto
humanizado, com teto azul cor do céu cheio de nuvens e uma grande banheira ao
lado. Meu médico dizia que eu poderia fazer o parto como quisesse, de cócoras,
deitada, na banheira... Enfim, sempre me deixou bem à vontade. A única coisa
que não passava pela minha cabeça era fazer uma cesárea. Quando as pessoas
diziam ter medo do parto natural, eu tinha medo era da cesárea. As dores do
trabalho de parto não me assustavam, pelo contrário, desejava muito sentir
tudo, o anúncio da chegada, todas as movimentações fisiológicas, as reações do
meu corpo, a passagem do bebê pelo canal e enfim sua chegada ao mundo.
Conversava com Cora sobre tudo isso, explicava para ela o que iria acontecer,
dizia para ela não ter medo, ser corajosa e segura, que estaríamos juntas,
seria um trabalho nosso, uma apoiando a outra... Mas em momento nenhum joguei a
responsabilidade para ela de ‘entrar em trabalho de parto’, porque ainda não se
sabe de onde parte o estímulo inicial para o trabalho, se é do bebê, da mãe,
dos dois e também não se sabe ao certo o porque não se inicia esse trabalho.
Depois de 9 meses pesquisando,
lendo, conversando, eu e o Tito nos sentíamos super preparados para o trabalho
de parto e o parto e agora, só restava esperar. A data prevista de parto era
dia 27 e a lua cheia chegaria no dia 28, achamos que Cora chegaria junto, mas
nada! O tempo foi passando e nem sinal de trabalho de parto. De acordo com a
data da última da menstruação, eu faria 42 semanas no dia 10 de janeiro, porém
considerando a data apontada na minha primeira ultra eu fazia 42 semanas no dia
06 de janeiro e para os médicos essa data da primeira ultra é muito importante
e eles levam em consideração. Meu médico já esperou até 43 semanas em alguns
casos, mas é preciso monitorar e estar tudo certo com o bebê e a mãe. No dia 06
de janeiro, por volta de 21 horas fui fazer o acompanhamento no Hospital, realizar os
exames necessários. Fiquei 30 minutos sendo monitorada no exame CTG, e o coração dela estava ótimo, mas a ultra apontou que meu
Índice de Liquido Amniótico era 1,7 e isso é muito baixo. A médica do Hospital
queria me internar, mas ela queria isso desde a hora que pisei no Hospital,
independente do resultado dos exames, ela achava que eu já deveria ficar por
estar com 42 semanas e após o toque perceber que ainda estava longe de Cora descer. Fora isso, eu não confiei plenamente no resultado da ultra, pois
a outra médica que fez a ultra não era especialista nisso e sim estava ‘quebrando um
galho’. Falei com meu médico que não ficaria lá, que queria eu mesma ir em casa
pegar minhas coisas e ele concordou e disse que nem pensou na possibilidade de
eu ficar, sabia que eu não tinha levado nada e saído desprevenida, que ele assumia o risco, pois Cora estava mexendo bem com vigor e seu
coração estava ótimo, além disso, precisávamos pensar em mim, no meu estado
emocional, no tempo para eu assimilar o que estava acontecendo, caso contrário
como seria meu pós-parto? E o que estava
acontecendo era: Eu achava que poderia esperar até pelo menos dia 10 e tinha
todas as esperanças que entraria em trabalho de parto até lá, ou poderia fazer
uma indução para o parto normal. No dia 06, eu fui tranqüilamente fazer um
exame e detecto que terei de fazer uma cesárea e que não tenho mais chances de
esperar. Conversei com meu médico e pedi para fazer outra ultra, ele concordou
e marcamos para o dia seguinte, 6 horas da manhã no Hospital Santa Martha, ele
marcou com a médica de lá especialista no exame e pediu que eu já levasse
nossas bolsas, minha e de Cora para depois possivelmente ir direto para a
internação. A minha intuição estava certa de que o laudo estava errado, essa
médica encontrou um Índice de Liquido Amniótico de 4,3. Porém não era
suficiente para manter a bebê num estado confortável estando com a idade
gestacional avançada e nem sinal de trabalho de parto. Eu apresentava um quadro
de Oligoidrâmnio, mas como o índice não era tão baixo, o médico disse que a
única coisa que podíamos fazer era esperar até o dia seguinte (dia 8) pela
manhã e eu disse que queria esperar, afinal a esperança é a última que morre.
Combinamos então, que ele me ligaria para marcar o horário certo da internação.
Voltamos para casa e como não
tínhamos conseguido dormir nada, Tito foi tirar um cochilo e eu fui rezar, pedi
para Deus, para o meu Anjo da guarda, para todos os Deuses, para a
Mãe-natureza, para Cora... Pedi com força que me enviassem algum sinal,
qualquer sinal para eu saber se estava agindo corretamente, um sinal para me
guiar, me proteger, me iluminar. Precisava saber se poderia esperar o tão
aguardado trabalho de parto. Quando eu finalizo minhas orações, Amém,
imediatamente meu telefone toca: meu médico. Dizendo que já tinha marcado e
combinado com a equipe para o dia seguinte, mas que estava angustiado e
preocupado com a minha situação, que isso não saia da cabeça dele e que
recentemente, há 3 meses, havia vivenciado um caso muito parecido com o meu,
que não acabou bem. Pediu desculpas e disse para eu pensar, que por ele, não
esperaríamos até o dia seguinte e faríamos naquele mesmo dia, que eu tive uma
gravidez muito saudável e ele gostaria de me entregar Cora assim, super saudável,
sem riscos de ser diferente ou dela ter que passar por qualquer procedimento.
Desliguei o telefone e entendi que aquele era o sinal que tanto pedi. Conversei
com Tito, coloquei minha vaidade de lado e liguei para o médico confirmando.
Estava mexida por dentro, mas lembrei que quando escolhi esse médico, sabia que
se ele falasse “vamos ter que fazer uma cesárea” era porque realmente teria que
ser assim. E afinal de contas, havia chegado o grande dia, da maior alegria de
enfim conhecer minha cria! Eram muitas emoções misturadas, mas esse dia que
passou foi fundamental para eu assimilar, entender, digerir e aceitar. Assim,
fomos para a maternidade, eu estava muito emocionada, mas amadurecida.
O momento mais esperado ao longo
de 42 semanas e 1 dia estava prestes a acontecer. Entrei na sala de parto e a
música que tocava era ‘Mantra’ de Nando Reis, meu médico preparou uma trilha
sonora para tocar durante todo o parto da Cora.
Depois, entraram Tito e Layana,
minha amiga fotógrafa e militante do parto natural, a presença dela foi muito
importante para mim, pois seus olhos são sempre de amor e calma, além dela
entender muito bem sobre esse processo de gestação e parto. O anestesista era
muito delicado e me deixou bem tranqüila, quando ele dizia o que eu ia sentir, eu
já estava sentindo... e senti o maior barato. (Risos) Esse momento foi bom para
descontrair e eu dizia: “Nossa! Que baratão!” E ria muito. Os eletrodos de
monitoramento foram colocados nas minhas costas para que eu pudesse receber
minha filha no peito livre de eletrodos, o anestesista me explicou que quando
minha filha nascesse eu teria a reação de colocar os braços para frente e não
poderia, pois era a área da cirurgia, mas foi o que eu fiz, quando anunciaram
que ela estava nascendo e baixaram o pano para eu vê-la chegando e prontamente
o anestesista com cuidado segurou meu braço.
Ela saiu da barriga, passaram um
pano nela para uma limpeza rápida e imediatamente ela veio para o meu peito. E
ai, foi muita emoção, muita emoção!!!
Chorava e conversava com ela, que já
buscava o meu mamilo com desejo de mamar, sua mãozinha estava bem próxima do
meu rosto e o seu chorinho era como uma linda canção para os meus ouvidos.
Resolvi falar para ela o poema que falei durante toda a gravidez: Poeminha
Amoroso de Cora Coralina. E imediatamente, ela parou de chorar, foi lindo
demais, olhar para ela, emocionada, chorando e falando versos de amor profundo,
além disso, a música que tocava era “Como é grande o meu amor por você”. Foi
uma emoção conjunta, todos os envolvidos estavam emocionados.
Depois desse
poema, continuei conversando com ela e resolvi falar outro poema: Chamado de
Cora, feito por Bruno Lima especialmente para Cora e mais uma vez ela ficou
atenta escutando.
Foi tudo muito especial, começando pelo cuidado e o carinho
com o parto, podemos dizer que foi uma cesárea humanizada, não era aquele clima
frio de cirurgias, era aconchegante, tudo escuro, luz somente na barriga,
música de fundo, pano abaixado para eu ver ela nascendo, a bebê no meu peito
durante um bom tempo e o envolvimento de toda a equipe. Esse momento que ela
ficou no meu peito, envolvida no meu braço, com as mãos no meu rosto... esse
momento foi algo que não sei explicar, como disse o pediatra, esse é o momento
em que inaugura-se uma família! Olhar para aquele ser, resultado de meses de
gestação, de cultivo, aquele ser que foi gerado dentro de mim, que eu senti
evoluindo a cada dia e que foi muito desejado e esperado, aquele pedacinho de
mim que já amava tanto e sentia transbordar amor, exalar amor, chorar amor...
era só amor, amor, amor, amor...
Depois de trocar com a mamãe, foi
a vez do papai assumir, ele cortou o cordão umbilical,
acompanhou os primeiros
exames básicos feitos pelo pediatra e foi ele quem a levou para o berçário, lá
ela foi pesada e medida: 4,010kg e 52 cm. De acordo com o pediatra, para Cora
foi como se tivesse nascido de parto normal, pois não precisou de nenhum
procedimento comum a cesárea, como aspiração no nariz e incubadora para
ambientar temperatura. No berçário, foi Layana quem colocou a roupinha nela e
ficou atenta para não fazerem nada que não fosse necessário, como esses
procedimentos que citei acima.
O papai exibiu Cora para a família e os amigos,
que aguardavam ansiosos do outro lado do vidro, parecia um aquário de Corujas e
o papai todo bobo com Cora no colo.
Enquanto isso, a mamãe estava
sendo ‘organizada’. O médico disse que ao abrir minha barriga constatou que eu
estava com pouquíssimo líquido mesmo. Foi tudo bem rápido e cheguei a conclusão
que não havia sentido nada mesmo, do início ao fim da gravidez, nenhuma dor ou
mal estar, nem as tão esperadas contrações, senti apenas muitas emoções. Assim
que voltei pro quarto, Cora chegou toda arrumadinha, a coisa mais linda do
mundo. A enfermeira logo a colocou para mamar. Eu não podia levantar, estava
deitada e ela posicionou minha filha e nos ajudou nessa primeira mamada, foi
ai, que entendi como era a ‘pega’ certa e quando ela realmente estava sugando.
Durante o parto, ela buscou o mamilo, mas não fez a ‘pega’, não tinha posição e
nem auxílio e eu não podia fazer muitos movimentos. Mas logo depois, nesse nosso
primeiro momento, foi lindo sentir ela sugando e perceber o poder da natureza
de oferecer o alimento mais poderoso que sai do corpo da mãe. É mágico! E ela
sugava com força, com vontade. A partir daí, criamos nosso laço da amamentação
e tem sido maravilhoso. É um momento especial entre nós duas e mamar é tudo pra
ela! Poder oferecer o alimento é como um presente que recebo a cada mamada. Aliás,
ser mãe é um presente divino, uma dádiva! Só tenho a AGRADECER! Muito Obrigada,
Deus, Anjo da Guarda, Tito(meu amor), mamãe, papai, todos os familiares,
amigos, Layana, médicos, enfermeiras... Muito Obrigada, Cora por nos escolher
para ser seus pais e compartilhar nossa existência com você. Sou muito feliz
por você ter me escolhido para ser sua MÃE!!! Gratidão!