quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Ponta-cabeça

Um mergulho de cabeça
Com os braços para o alto
O coração aberto
Curvas na coluna
Pernas esticadas
Pés unidos
Bem firmes
Pegam impulso no chão
Um mergulho consciente
Nas profundidades do mar
Lá...
Onde moram os mistérios
(aquilo que não se decifra)
Onde vivem muitos seres
(aqueles que respiram)
Onde tem cavernas
(a sombra)
Onde tem verde
(o alimento)
Onde tem vida
Um mergulho com tudo
Coragem
Permissão
Afeto
Liberdade
Intensidade
Exagero
Consciência
Consequência
Um mergulho de dentro para fora.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Freud.

Freud, por favor, explica minha eterna fase oral de querer tudo com a boca! Explica! Me dá uma solução! Eu não dei chupeta para minha filha, pensando em poupá-la de um primeiro vício oral. Talvez pela falta da chupeta, ela seja tão desenvolvida na fala. Ela come muito bem, o que é muito bom. Mas pensando em mim, já acho que a comida faz parte dos meus hábitos orais onde esbarro no vício. A boca tem vontade própria. Fala, come, bebe, fuma, beija, faz biquinho, chupa, sopra. A primeira coisa que um bebê faz quando nasce é abrir a boca para chorar e tudo que ele quer é sugar. Ele toca no mundo através da sucção. Sinto-me um bebê gigante e desejo ter domínio sobre as minhas necessidades orais. A minha ansiedade mora na boca, a minha angustia também. E a minha carência também.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

fragmentos

Eu ando muito louca. Intensa. Inteira. Radical. Entregue, permissiva. Livre. Feroz e insustentavelmente leve.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Boas Novas

as novas impressões
de tão novas
trazem surpresas

graças do agora

o antigo ficou
passado, amarelado, amarrotado
o novo está
limpo, claro, pelado

atrás as máscaras penduradas
na frente um baile de máscaras

de lá não resta nem saudade
de cá sobra liberdade

ontem eram concessões
hoje só permissões