sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Espera

SENTA e ESPERA.
Pede um chopp.
Não resiste: Fuma um cigarro.

Não me sinto sozinha.
Sinto um vazio,
Uma saudade imensa do meu avô.
Ele tem aparecido em todos os meus sonhos.
Aparece como se fosse para dizer que estará sempre por perto
E eu sinto sua presença.
Como é bom ter avô.
Como eu sou feliz por ter vivido momentos de carinho com ele.
E como ele me amava...
Um amor que não foi embora,
Que está aqui, dentro de mim
E nunca, nunca vai embora.
Ele deixou tantas coisas boas.
Ensinou-me a ser uma mocinha bem comportada e educada.
Meu avô era o típico ‘gentleman’
Coisa rara de se ver nos tempos de hoje.
Ele mostrou que pequenos detalhes podem virar grandes feitos.
Ensinou-me como aproveitar cada gesto.
Ensinou-me a gostar dos livros e tratá-los com amor.
Às vezes, passávamos as tardes vendo os livros nas estantes
E tentando descobrir a melhor forma de organizá-los.
Sua biblioteca era grande e diversa
E ele queria muito catalogar os livros, mas eram tantos,
Que não conseguimos organizar do jeito que ele gostaria.
Ele teve uma livraria em Macaé, sua cidade natal, com seu irmão Cláudio Ulpiano,
Outra grande referência para mim, meu tio avô foi um grande filósofo,
‘guru’ de muitos artistas.
A livraria deles chamava-se SABER.
E com vovô descobri a importância da sabedoria.
Guardo tudo em mim. Tudo.
Você está em mim, vovô, aqui dentro
E eu nunca vou te perder.

Continuo esperando...
Escrevi esse texto.
Telefonei...
Vou continuar esperando...
Essa espera trouxe esse texto
E coloquei para fora sentimentos que estavam borbulhando.
A falta de alguma coisa
Acaba trazendo a caneta para mão e o papel para a mesa.
Essa espera trouxe isso de bom.
Meu avô, educado do jeito que era, jamais estaria atrasado.
Puxei dele essa mania de ser correta.
Continuo esperando...
Mas não me sinto sozinha.


Para meu avô Sérgio Ulpiano Nogueira dos Santos Itagiba.

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