sexta-feira, 30 de abril de 2010

Vontade

Vontade de sair correndo até você, te abraçar, te beijar, apertar, apertar tanto, colar, grudar e não soltar nunca mais.
Vontade de te ver, te ouvir, te cheirar, te sentir.
Vontade.
Muita vontade de você!

terça-feira, 27 de abril de 2010

AR

Eu cheiro o pó da vida
colho as cinzas
sinto a falta de ar do meu pulmão.
Respirações profundas.
Intuições embaçadas.
Instintos mais que primitivos.
Eu cheiro o ar
Respiro a rua
Inalo a vida
Inspiro amor
Exalo solidão.
Puxo a vida refletida
pelo nariz e pela boca.
Solto por onde puder...
pelo nariz, pela boca,
pelo ouvido, pelos olhos,
pelo ânus...
Orifícios. Ofícios do ser.
Ser ar.
Ser eu.

Estações

Seis da manhã
Próxima estação
Para!
Eu preciso saltar.
O vagão está apertado
Eu preciso de ar.
Cada passo dado
é um mero achado
de eu.
Eu meu.
Identidade criada.
Criação coletiva
pentrando em mim.
Eu invadido por eu.
Eu.
Eu queria agora sentir o seu corpo
Mais... muito mais...
não é carnal;
é sentimental.
Puro coração.
Puro amor.
A estabilidade do meu eu com você.
Meu coração em paz.
Eu em paz.
Sentimentos vivos transbordam
em cada estação.
Toda estação é solitária
na ausência de um ponto final.

Feriado

Sem canto, sem teto, sem chão...
Mochila nas costas
e um passo em direção.
Rumo ao sem destino
Andarilha do meu coração descalço.
Sem recheio, sem cereja
Derreto ações em
desertos de gelo.
Saio por ai a procurar
uma nova casa para morar.

ofício do ator

"Raios que partam esta profissão e quem a inventou!
Quando me ajuntei a eles, pensei que teria uma vida feliz: mas qual o quê!
Acho-a uma vida de cigano, pois são eles que nunca têm lugar certo ou estável.
Hoje aqui, amanhã lá: às vezes por terra, às vezes por mar: e, o que é pior, sempre
vivendo nas estalagens onde, na maioria das vezes paga-se bem e fica-se mal.
Bem que meu pai podia ter me colocado em algum outro ofício, no qual, acredito,
teria tirado maior proveito e lucro, e sem tanta lida, pois quem tem ofício se garante
neste mundo, costumava dizer Farfanicchio, meu companheiro.
Paciência! Eu já estou nisso; e nesta profissão, é só f icar o tempo de gastar um par
de sapatos para nunca mais querer sair."

D. Bruni - ator da Commedia dell'arte

sábado, 24 de abril de 2010

CORUJÃO NO VIRADÃO

CORUJÃO DA POESIA no Viradão Cultural Carioca.

Ontem representamos o Corujão da Poesia no Anfitetaro nos Arcos da Lapa, fizemos dois sets de 15 minutos entre as bandas: Destemido Wallace e Manacá. Foi ótimo, fluiu muito bem. Estávamos eu, Paulo Betto, Lucas Castelo Branco e Vinicius Figueiredo.... depois chegou Fábio Nunes e Luizinho Alves. VIVA A POESIA! E ARTE QUE NOS TRANSFORMA. E HOJE TEM MAIS..... MAIS CORUJÃO NA LAPA NO VIRADÃO!!!!!
Anfiteatro - Arcos da Lapa. Programação: 21h - Black Alien. 22:45 Intervenção do Corujão. 23h - Rimax 00:15 - Intervenção do Corujão e 00:30 - Marcelo D2. lá vamos nós.......
Estamos representando o Corujão da Poesia de Niterói. Salve Nikiti!!!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

REnascer.

Dói, emagrece e faz crescer.

Foto: Layana Lossë

passagem do sonho pelo país das não-maravilhas.

Quebrou o encanto.
Desfez.
A fadinha cansou e foi procurar outras magias e casas para cuidar.
O príncipe virou sapo.
O castelo desmoronou.
A madrasta apareceu,
Alice adormeceu,
seu gato parou de sorrir.
A bruxa envenenou todas as maças,
a vovó da chapeuzinho vermelho comeu todas
e vomitou na cara do lobo mau.
Os 7 anões estão com pesadelos e não conseguem trabalhar.
O espelho da Branca de Neve quebrou.
Faltam peças do quebra-cabeça.
Países impossíveis de conquistar no jogo de War.
Lugares onde já não se pode voltar.
A purpurina caiu toda no chão,
as bolinhas de sabão estouraram
e o encanto partiu-se em pedaços
como um copo de cristal que sem querer cai no chão.
Em segundos, a terra estremeceu e nos afastou.
Larvas vulcanicas separam nossos quadrados.
A casinha de boneca virou casa mal assombrada.
O parquinho um trem fantasma.
No lugar de duendes, monstros.
Quebrou o encanto.
A TV está PB, chuviscando,
Mas logo virá uma LCD cheia de cores.
Muitas cores.
Novas cores.
Imagens perfeitas no sonho da minha vida,
no palco do meu coração.
O sonhou acabou?
Ainda não acabaram os sonhadores!!!

EU - menina - moleque

EU
arranjou um jeito de tirar o coração do buraco.
EU
inventou um moleque que escala as paredes do buraco como se fosse um jogo divertido e leviano.
EU
sai com o meu menino a jogar bolas, correr e pular.
EU
fala o que pensa e coloca o pau na mesa.
EU
brinca e finge.
EU
diverte-se.
EU
precisa fantasiar-se de homem para enfrentar os romantismos e o amor em excesso de minha menina.

sábado, 17 de abril de 2010

eu.

Enquanto espero, escrevo.
Escrevo porque não tenho nada mais para fazer...
é uma fuga.
solidão.
carência.
carente de mim.
Eu.
Ser, sempre fui tão forte....
e agora fraca de mim.
Ser eu, ser independente.
de quem?
de mim?
Eu + eu = eu.
eu quem?
Só?
Com muitos?
Vários?
Tudo e nada?
Ser eu.
Esteriótipo?
carrego em mim o que eu sou
ou o que eu quero ser?
Eu sou quem?
Imagem de mim?
Eu comigo sou eu e eu.
eu me amo?
Eu me basto?
Eu
Eu
Eu
eu sou nada.
eu sou eu com outro eu
espelho.
reflexo.
Eu reflito eu em vc.
Delírio
Imagem borrada do meu eu.
Meu?
Seu?
Nós?

Espero...
escrevo...
e nada...
Eu.
resta eu.

domingo, 4 de abril de 2010

FLASH MOB

FLASH MOB - FESTA IMAGINÁRIA

A proposta: 18h na Cinelândia começar a dançar como se estivesse rolando mó sonzão... e só parar 18:30. Pessoas que não se conheciam dançando para chamar atenção para liberação das festas de música eletrônica no Rio de Janeiro.

Fomos convidadas para fazer a performance CORPINTURADAS, eu e Melina Tofanello...
No dia da ação caiu uma chuva louca... vi no site que aconteceria mesmo em caso de chuva... Comprei um guarda-chuva enorme e fizemos a roupa de plástico bolha.
Chegamos faltando 10 minutos... Eu, Mel e Tavinho para filmar... Não sabíamos o que ia acontecer... e de repente, 18h em ponto algumas pessoas começam a dançar. Iniciamos tb nossa ação... usando o guarda-chuva que escorria tintas coloridas.. lindo! Mel me pintou até onde deu... era muito chuva e a tinta escorria toda. Depois ela cansou de ficar molhada e eu fiquei como pinto no lixo dançando na chuva sem iPod e com minha roupa aos pedaços... nas mãos para não sujar o chão... rsrsrs...
Tavinho perdeu a maior parte da filmagem, mas conseguiu salvar os minutos finais.
Essa foi uma das coisas mais loucas que eu já fiz.



Demorei para postar o vídeo, esse MOB aconteceu no ano passado e na época eu escrevi aqui no blog... segue...

CHUVA NO MOB

Vou iniciar um turbilhão de encanamentos necessários para essa construção brutal do pensamento artístico, seja aqui ou na Serra do Cipó.
Desnortear meus pensamentos bucólicos em ruas abandonadas.
Manifestos no centro da cidade.
Simbolismos e energias em orgia cósmica da natureza.
Cuspo toda paralisia cerebral em palavras que aliviam o meu eu.
O outro eu profundo pede fumaça. combustível queima para esquentar.
e chove...
molha...
escorre...
pingos coloridos e
'elameados'

busco o guarda-chuva.
desco as escadas...
... e tchau!

"e a chuva promete não deixar vestígios" (Raul Seixas)

achados na gaveta

cada gaveta que mexo.... acho uns escritos.... cada caderno velho de ed. física tem escritos...
esse é de 2003
como vou jogar no lixo, coloco aqui para rever minha vida mais tarde... lá vai:


O tempo passa... E com ele acontecem muitas coisas...
Principalmente quando somos jovens e ainda estamos tentando entender o que é o mundo e quem realmente somos nós.
À medida que o tempo passa, descobrimos algumas coisas e esquecemos outras... Percebemos que a vida é uma constante aprendizagem. ERRAR é fundamental.
Errando e sofrendo, amadurecemos.