domingo, 27 de abril de 2008
Minha cabeça precisa dormir
Hoje
o pensamento
corroeu meu tempo
No fundo:
Preto, um lodo
E fora:
Sorriso, sol
O que é que o meu coração sente?
Por que invade meu consciente
despejando tantos raciocínios
que me deixam incapaz de agir?
Saia daqui!
Volte para o seu lugar no meu peito.
É somente aqui dentro
que você consegue fechar os olhos
e relaxar todo o seu corpo.
E em sonhos ter a liberdade de sentir sem pensar
Navegando ao léu
Inconsciente
Desfrutando de todos os prazeres impossíveis.
Mas...
Quando resolve sair por ai quicando
Esbarra em todos os seus vizinhos
E carrega tudo para o labirinto do pensamento.
Meu coração de olhos abertos
Possui tantas lentes que fico impotente.
As cores se misturam
E até organizadas numa paleta se perdem.
São tantas as pinceladas...
E esse quadro é enorme.
Sinto-me perdida nesse labirinto do fauno surrealista
Que habita minha cabeça
E agora ou eu danço
E boto tudo para fora
Ou eu descanso e
Deixo meu cérebro dormir
Sonhando com os empíricos
A minha vida está no sonho.
O baile
Prepare-se o baile vai começar.
Não esqueça o perfume!
É decisivo para a escolha de um par
Afinal, você não pode ficar só
precisa de um pretendente
alguma paixão que alimente
o seu desejo interior de se demonstrar
Impina a bunda
joga o cabelo
Veste a roupa de melancia
e vai em busca da paixão nacional
O baile começa
e você solta seus primeiros passos
Inicia o jogo de cena
E vamos ver no que é que dá
E rola pra lá, rola pra cá
Rodopios, pernas pro ar
Pego daqui
E me pega de lá
E vai parar no esconderijo
debaixo da mesa
no local predileto de suas brincadeiras de esconde-esconde.
A mesa redonda que sempre fazia com sua família
já não refletia aquela luz cor-de-rosa.
E em cacos de reflexos espalhados
misturados em presente, passado e futuro
aparecia aquela criatura
fragilizada
dependente de sua forma exterior
refém de um sistema
algemada nos valores fúteis
e condenada a pouco saber do mais profundo e sutil da vida.
Esperamos que de baile em baile
você encontre o seu leão e saia de seu camelo
É preciso coragem, muita!
Vejo a máscara de um espírito da floresta
E do outro lado um elefante com olhos desesperados
preso, longe de seu habitat natural.
Mais um outono passará...
O baile vai continuar...
E nós?
Não esqueça o perfume!
É decisivo para a escolha de um par
Afinal, você não pode ficar só
precisa de um pretendente
alguma paixão que alimente
o seu desejo interior de se demonstrar
Impina a bunda
joga o cabelo
Veste a roupa de melancia
e vai em busca da paixão nacional
O baile começa
e você solta seus primeiros passos
Inicia o jogo de cena
E vamos ver no que é que dá
E rola pra lá, rola pra cá
Rodopios, pernas pro ar
Pego daqui
E me pega de lá
E vai parar no esconderijo
debaixo da mesa
no local predileto de suas brincadeiras de esconde-esconde.
A mesa redonda que sempre fazia com sua família
já não refletia aquela luz cor-de-rosa.
E em cacos de reflexos espalhados
misturados em presente, passado e futuro
aparecia aquela criatura
fragilizada
dependente de sua forma exterior
refém de um sistema
algemada nos valores fúteis
e condenada a pouco saber do mais profundo e sutil da vida.
Esperamos que de baile em baile
você encontre o seu leão e saia de seu camelo
É preciso coragem, muita!
Vejo a máscara de um espírito da floresta
E do outro lado um elefante com olhos desesperados
preso, longe de seu habitat natural.
Mais um outono passará...
O baile vai continuar...
E nós?
A POESIA É UMA LADY
A POESIA É UMA LADY
de Tavinho Paes
um dia a poesia saiu às ruas
...e saiu em tempos de ditadura e fuzis
e danada: desabotinou a fazer o que quis
tão infantil, tão espontânea, tão despreocupada
faca cega de lâmina afiada
fazendo da sagrada palavra lixo e sucata!
Peça de dominó que se encaixava ao acaso
Idéia elástica falada que nem chiclete
Que se denta, forma, deforma e masca
A rueira fez do poeta: mascate
Apresentando-o ao esgoto e à latrina,
À cova e ao cadáver
Nem a ditadura conseguiu domesticá-la
A censura das tesouras não conseguiu calá-la
A tortura dos choques e paus-de-arara
Não teve forças para amedrontá-la
E amordaçar sua perversa língua sincopada
Ela tinha a fragilidade do descartável
A emergência de uma sede insaciável
era cobra namorando sapo
Hoje soube de seu falecimento
como quem leva uma bala na cara
a controgosto devo prestar-lhe
minha última homenagem
antes que a lápide com seu epitáfio
seja lavada pela chuva
e as flores percam seus perfumes
murchando no campanário
onde seu nome a giz será apagado
sem deixar lembranças
a quem nunca ouviu seu petulante recado
queira ou não tenho que rezar
a única oração que a ela cabe
cá entre nós...
ela sempre foi mais antiga do que sua própria morte
e mais nova do que a vida que agora lhe falta!
sempre foi o olhar de Medusa
a nadja que à Cleópatra o mamilo picou
a pedra que David na funda instalou
a chuva que à Noé e seu zôo molhou
o fio da guilhotina que Robespierre afiou
a fogueira que derreteu Joana d´Arc
foi ela quem inspirou
Santos Dumont, Sabin, Einstein,
E quem inspirará aquele que descobrirá
A vacina contra AIDS
...e apesar de tudo isso,
Continuará não servindo para nada
Embriaga alicia enlouquece e mata
É uma idéia que se materializa
Naquilo que dela escapa
Que Deus tenha misericórdia de sua alma
E salve para sempre sua beleza infantil
Que Deus salve a poesia que ilumina a vida
E reconhece na morte uma sublime partida
...talvez ela seja só a lembrança
de uma infância que leva toda criança
a inventar cada um dos brinquedos
com os quais no futuro
vai querer continuar a brincar...
aquela poesia
que um dia saiu pelas ruas
hoje, não vai mais à luta
nem tem mais para onde ir
não tem mais por que partir
nem sabe do que fugir
nem quer se iludir nem iludir
a poesia que agora morre
cansou de morrer de rir
descansou de sua agonia infinda
e morta em vida
como que recém parida
mandou o mundo à merda
e foi se divertir por ai!
Mais tarde a flor
Primeiro a Terra
Depois o Verde
Mais tarde a flor
Arrancaram as pétalas da flor
Mas o caule resiste
Sem brilho, sem cor,
Mas firme.
Quer agora um novo adubo,
Outras minhocas.
Qual será a água capaz de irrigar
E fazer brotar novas flores
E pétalas resistentes ao vento?
Não é de plástico, pois é vida.
E a vida, morre.
Mas enquanto respira,
O furacão moderno não pode ser capaz
De carregar o mais poderoso brilho de sua natureza.
"HAY QUE ENDURECER PERO SIN PERDER LA TERNURA"
terça-feira, 22 de abril de 2008
XII FENART
quinta-feira, 17 de abril de 2008
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