sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

borboleta



BORBOLETA É CONCHA QUE ABRE.

Disse Clarice:
"Eu vou te dar de presente uma coisa, é assim: borboleta é pétala que voa."

O amor é uma onda

Qual é a única onda que o homem domina?
O racional age no amor.
O cérebro tenta comandá-lo.
Sargento dos soldados-sentimentos que não respeitam suas ordens.
Os soldados têm vontade própria, voluntária.

O mar é revolto, forte, com muitas ondas. Está de ressaca.
O mar é calmo, suave, sem ondas. Está uma lagoa.

E o amor navega com o auxílio da canoa-cérebro. Com ou sem bússola, ele vai...
Coragem! Permita a ação do músculo coração.
Encare de frente o que é real.
O que você sente?
...

Golpe

Agora eu estou aqui
cheia de raiva
e nada posso fazer.
Tento ser forte
ainda não chorei
e quero disfarçar
para saber até que ponto
ele pode chegar.
Trair a confiança é foda!
Decepção;
Laços desfeitos.
Relacionamento frágil
Amor de camelô.
E o meu coração?
E os meus sentimentos?
Vai continuar fingindo?
Aliás, não sei se vc está fingindo...
Porque, afinal de contas,
disse que não sente saudade.
E ai, vc foi sincero.
E isso dói em mim.
A vida é um sonho
E eu quero dormir agora
mas não sou capaz.
Esse sentimento está corroendo minha mente.
Agora as lágrimas cairam...
um pequeno alívo!
ou a entrada para o desespero.
NÃO!
Não vou enlouquecer com isso.
Sei do meu valor.
E seguirei, com dor,
mas firme e forte na caminhada..
E quem sabe a gente se esbarra na estrada?!
Boa sorte!

Receba

Sinto meu corpo pulsar em todas as partes, como um gozo, meu coração bate por todo o corpo. É uma contração, um pulso de vida.
E sinto-me inteira bombeando o sangue que transita livremente em mim.
Eu te ofereço meu recheio,
te ofereço o fogo que me queima.
te ofereço minha baba.
Receba como um amor das profundezas e sinta meu gosto, a temperatura do meu corpo, a densidade do meu líquido...
A baba que escapuliu da minha boca, quando ela estava muito aberta e eu não podia fechar...
A baba que saiu como um sinal de vida que não para, que transborda e deixa rastros passageiros.
Engula minha baba, porque exposta ao tempo, ela seca e evapora.

Desejo

Um desejo de trocar invade meu corpo.
Dizer SIM, agora é minha prioridade.
Por que não?
Eu digo SIM.
Sim para os meus impulsos, Sim para o meu coração, Sim para a vida.
E nenhum pensamento negativo penetra minha mente.
O caminho está claro, acontece o que tem que ser, encontros oportunos, pessoas que potencializam.
Estou conectada com o Universo que conspira a meu favor.
OBRIGADA, ANJO DA GUARDA!

Vovô

Penso em você dia e noite.
Nos meus sonhos você sempre aparece
E eu mato a saudade de ouvir sua voz
que permanece ecoando quando eu acordo.
Sinto muita saudade, meu peito dói e meu coração aperta.
Sinto que falta um pedaço de mim,
mesmo sabendo que você estará dentro de mim para sempre.
Sinto falta do seu amor, das suas palavras sempre tão carinhosas,
Dos seus gestos gentis e da sua sabedoria.
Ainda não aprendi a viver sem você.
Sinto-me desprotegida.
Ainda não aprendi a assimilar sua ausência como diz Drummond.
Eu sei, sei que o tempo vai diminuir essa dor.
Eu sei, sei que morrer é a lei davida.
Mas ainda não sei conviver com a morte.
E agora, sem você, sentindo o que sinto,
tenho medo de perder mais pessoas.
Um medo que eu não quero ter,
Sou uma moçinha corajosa e agora falo para mim o que falei para você, quando sentiu medo de sair na rua e passar mal.
“Não. Não pode ter medo, vô!”

Para o meu avô Sérgio Ulpiano Santos Nogueira Itagiba

Pressão

Escrevo agora por pressão do meu coração que dói.
A felicidade confunde meu psicológico. Não preciso de companhias, necessito de verdade.
Sinto que me usam e me abusam... E eu aproveito e me alegro. Mas não quero mais meias verdades.
Quero a felicidade suprema.
Encontrarei em meu corpo o caminho iluminado das veias que chegam ao coração.
Só o amor verdadeiro tem valor.
Abre teu coração e escuta o que ele fala. E depois, parte para ação! Vá! Vá! Eu deixo você ir em busca da sua verdade e assim você encontrará felicidade.
E eu, mesmo sentindo sua falta, ficarei realizada em te ver de verdade.

Moreré



Moreré: Chega-se de barco ou de trator.
Quem chega por terra avista uma pequena Igreja e uma escolinha com desenhos.
Quatro crianças brincam de bater uma nas outras, estão sujas (aqui é só areia e terra).
Duas estão com o uniforme da escola, embora seja janeiro e não tenha aula.
São três meninas maiores e um menino menor. Elas brincam de bater nele.
Eles sabem fazer vários movimentos de Capoeira. São alegres e sorriem. Tiram foto comigo e ficam felizes de ver suas imagens na máquina digital.
Seguindo a rua principal temos casinhas de pescador, pousadinhas e pequenos restaurantes. O fim da pequena rua principal é o mar. Na frente do mar, tem um mercadinho com um escudo do time São Paulo, onde os nativos bebem muita cerveja.
O mar é lindo, tem barquinhos e recifes de coral. Pela manhã a maré está alta e cobre árvores e os paus improvisados que formam o gol do futebol que acontece no fim de dia, quando a maré está baixa e revela os recifes e os barcos atracados na areia.
O mar encontra com o rio e fica uma água marrom que com o sol brilha. É um bronze brilhoso.
Aqui tem rio, mar, mangue, recifes, árvores, muitos pássaros.....

Eu e Tito estamos numa cabana. Cabana Cipó no meio do mato.
Fomos recebidos pelo casal “Sete” e Mirtês.
A cabana é rústica e aconchegante.
Temos um chuveiro externo e um banheiro fechado com vaso sanitário, espelho e até chuveirinho para limpar o bumbum.
A cozinha é fofa. Nossa geladeira é um isopor com gelo.
Temos mesa de madeira com bancos, rede e espreguiçadeira.
Nosso quarto fica no segundo andar. Temos ventilador e um colchão protegido por uma tela amarela para dormir sem insetos. As noites são agradáveis e o mato faz barulhos instigantes. Dormimos por volta de 20h e acordamos 06h. Ficamos mais saudáveis no mato.

Essa cabana traz Liv Ulman para minha cabeça. Antes de vir para cá, estava lendo seu livro “Opções”, onde o contato com a natureza se faz presente de forma sensível e linda.
Como Clarice, ela consegue emocionar descrevendo pequenos detalhes da nossa mãe natureza.
Mulheres sensíveis e fortes. Gosto delas.
Quero ter força no braços e manter meu coração mole.
Não faz parte de mim viver na dureza.
Eu caio, mas levanto.
Choro, mas sorrio.
Endureço, mas mantenho-me sensível.
Sou água, solúvel, vapor, gelo, salgada, doce, quente, fria...
Estou nas fórmulas da natureza! A matemática perfeita da existência.
E deixa o rio correr...
Sigo... com braços fortes, coração doce, mente aberta, espírito conectado e pés descalços...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009