sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Moreré
Moreré: Chega-se de barco ou de trator.
Quem chega por terra avista uma pequena Igreja e uma escolinha com desenhos.
Quatro crianças brincam de bater uma nas outras, estão sujas (aqui é só areia e terra).
Duas estão com o uniforme da escola, embora seja janeiro e não tenha aula.
São três meninas maiores e um menino menor. Elas brincam de bater nele.
Eles sabem fazer vários movimentos de Capoeira. São alegres e sorriem. Tiram foto comigo e ficam felizes de ver suas imagens na máquina digital.
Seguindo a rua principal temos casinhas de pescador, pousadinhas e pequenos restaurantes. O fim da pequena rua principal é o mar. Na frente do mar, tem um mercadinho com um escudo do time São Paulo, onde os nativos bebem muita cerveja.
O mar é lindo, tem barquinhos e recifes de coral. Pela manhã a maré está alta e cobre árvores e os paus improvisados que formam o gol do futebol que acontece no fim de dia, quando a maré está baixa e revela os recifes e os barcos atracados na areia.
O mar encontra com o rio e fica uma água marrom que com o sol brilha. É um bronze brilhoso.
Aqui tem rio, mar, mangue, recifes, árvores, muitos pássaros.....
Eu e Tito estamos numa cabana. Cabana Cipó no meio do mato.
Fomos recebidos pelo casal “Sete” e Mirtês.
A cabana é rústica e aconchegante.
Temos um chuveiro externo e um banheiro fechado com vaso sanitário, espelho e até chuveirinho para limpar o bumbum.
A cozinha é fofa. Nossa geladeira é um isopor com gelo.
Temos mesa de madeira com bancos, rede e espreguiçadeira.
Nosso quarto fica no segundo andar. Temos ventilador e um colchão protegido por uma tela amarela para dormir sem insetos. As noites são agradáveis e o mato faz barulhos instigantes. Dormimos por volta de 20h e acordamos 06h. Ficamos mais saudáveis no mato.
Essa cabana traz Liv Ulman para minha cabeça. Antes de vir para cá, estava lendo seu livro “Opções”, onde o contato com a natureza se faz presente de forma sensível e linda.
Como Clarice, ela consegue emocionar descrevendo pequenos detalhes da nossa mãe natureza.
Mulheres sensíveis e fortes. Gosto delas.
Quero ter força no braços e manter meu coração mole.
Não faz parte de mim viver na dureza.
Eu caio, mas levanto.
Choro, mas sorrio.
Endureço, mas mantenho-me sensível.
Sou água, solúvel, vapor, gelo, salgada, doce, quente, fria...
Estou nas fórmulas da natureza! A matemática perfeita da existência.
E deixa o rio correr...
Sigo... com braços fortes, coração doce, mente aberta, espírito conectado e pés descalços...
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