Quero falar palavras feias, quem sabe palavrões dos mais cabeludos.
Não estou cabendo em mim.
A costela esquerda está para fora,
o ombro esquerdo está mais alto,
dois nódulos eternos em cima das escápulas
a boca está meio torta, querendo abrir.
a mordida está aberta.
Estou buscando caminhos de ajustar minhas entranhas nessa minha capa.
O recheio está escapulindo, transbordando...
E eu de um lado para o outro,
fumando e tentando engulir cada líquido que me escorre.
Escorrego com os pés numa linha torta, meus joelhos bambos.
Posso cair a qualquer momento.
Segura o eixo.
Contrai o perinio.
Costelas para dentro.
Respiração na barriga.
Mais um dia passou,
mais 24h de luta comigo.
Minha alma brigando para sair.
Mas ainda controlo.
Coloco os pés no chão.
Respiro com os olhos.
Vejo, sinto e depois falo.
Depois falo...
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