Curvas e Contornos do C Careço de Carinho Constante Com Cheiro e Cor Concomitante Com o Coração Carente Ceifado no Corte Calado do Coice Cabreiro e Certeiro que Controla a Cabeça Consciente na Casa Cansada de Certas Certezas Cagadas que Compõe a Couraça do Corpo Certificado de Coragem Criativa Cedendo Com a Chuva que Cresce Cheia Consolidando a Cura na Caneta que Cantarola Composições Cegas na Carcaça da Cavala em Cavalgadas Contrárias a Calma do Capim Comido. Foto projetada: Alexandre Grand
As palavras andam fugindo de mim... E quando elas passam de rasante eu insisto em não anotar julgando que vou lembrar. A vida é fragmentada, o que tiver que voltar, volta. Volta nada. Perdeu, playboy! As ideias estão no ar. Tipo assim: "Deus é de quem conseguir pegar"
Para Betina Kopp De Juliana Hollanda gestos que falam
mãos são palavra - costurada - no sorriso largo da menina que dança
ela faz balé com passos certeiros de frases concretas num vasto cardápio de idéias - e vontade -
ela se constrói - desconstruindo -
as asas apontam o arco-íris e surge da nuvem mais alta, a mulher
ela mergulha no palco, dá rasante nas frases cortantes enche o peito de água e transforma sensações em chafariz respira exposta em pleno mar - a onda bate e revela -
a feminilidade está em ver que o outro acredita na volúpia que se espelha - vislumbra – surge seu olhar
meu poetOculto é água - nascente – que guia os dias (e permite sentir)
purpurina verde que se espalha - ao redor - faz todo mundo ouvir a voz do coração e assim, ser.
Foi assim, de repente, de um dia para o outro Ela apareceu e te levou para bem longe de mim. Foi ela que arrastou seus pés arrancou meu chão e afundou nossos sonhos no fundo do poço. Ela foi rápida, rasteira, armou bem o bote e você, fraco, caiu no jogo dela. Abandonou as cartas na mesa e me deixou jogando sozinha. Justo na hora que tínhamos as melhores cartas na mão, você entregou o jogo. Ela virou sua cabeça, desvirtuou seu coração e como num passe de mágica, você sumiu botou o capuz da menina do Caverna do Dragão e desapareceu Saiu pra comprar cigarro e nunca mais voltou. De cara, na hora, eu senti que era ela Só podia ser ela, a luxúria. Foi ela sim, a luxúria, que sobrou em você e faltou em mim. De resto, teria sido qualquer carência à toa. Mas não, foi ela: Luxúria, irmã da Lascívia
Minha mãezinha. Ser sua filha é ter um porto seguro de amor. Obrigada por estar sempre presente e por ter me educado com amor e segurança. Sei que tenho você pra tudo que eu precisar em qualquer hora ou lugar. Obrigada por me ouvir e dar valor ao que eu digo. Obrigada por essa relação linda de amizade que temos. Obrigada por ser essa mãe tão zelosa que me ensina a ser mãe também. Hoje é o seu dia, dia de agradecer! Te amo muito, muito e muito, infinito, pra sempre. Você estará sempre comigo. Sou um pedaço de você com muito orgulho
Poesia minha, poesia pura viva, da carne, da pele, do eu.
Poiesis dos dinossauros, de antes de Cristo. Do ser poesia e sendo assim sendo eu.
Eu pro seu com todo meu amor mais profundo e poético, de todos os meus pontos de vista, do olho, da alma, da vagina, da orelha, do nariz, do ânus. De todo o meu eu pro seu. Olhar. Poesia. Amor.
Os reflexos do que eu escrevo Estão no rosto que vejo na minha frente. Um espelho. (Desde bebês somos reflexo do que veem de nós. O olhar. A repetição) As escolhas. Parecem boas e são.... Parecem boas e não são. O saber do novo dia, Do que vem pela frente. Mesmo se atrás não tem gente, Não tem porque eu não correr na frente. Se o mundo está estranho, é claro que eu também estou. Crise de tudo! máscaras que caem, novas mídias... Relacionamentos burgueses em extinção. Vai se achar no meio de tudo isso... Veste o verde da esperança, O perseverar da perseverança, E a coragem de ser verdadeiro, O verdadeiro é original Em mundos tão programados.
07 de janeiro de 2013 foi o dia escolhido por Cora para ver a luz do mundo, após deliciosas 42 semanas dentro de mim, ela chegou enorme e com muita fome. Foi o dia mais emocionante da minha vida e ali iniciava uma nova etapa. Ser mãe é um presente divino, envolve todos os clichês possíveis e o mais importante: responsabilidade. Ser mãe foi a minha melhor escolha. E quando você tem certeza do que q...uer, qualquer desafio será superado. Não imaginava ficar mãe solteira, inclusive esse rótulo me incomodava bastante, depois percebi que na verdade era motivo de orgulho e que tudo que eu precisasse, bastava olhar para ela que eu iria conseguir! Cora, você é meu coração, minha cabeça, meu chão. Você é minha volta pra casa, você é a certeza da minha importância nesse mundo, você é o meu sonho e a minha realidade, você é a minha superação. Por você e para você, eu passo por cima de tudo. Por você e para você eu modifico o rumo. Você é a minha prioridade, a dona do meu tempo, a guia do meu coração e a minha maior Poesia. Nós somos muito parceiras e amigas! E eu só tenho a agradecer por ter você. Tenho muito orgulho da nossa relação, dos nossos aprendizados, das nossas escolhas... Olho pra você: saudável, inteligente, alegre, esperta... E essa é a maior das recompensas! Cada noite mal dormida, cada preocupação, cada detalhe do dia-a-dia, cada erro, cada acerto... Tudo vale a pena! A educação se constrói no cotidiano, na prática... E eu tenho a honra de ser a grande responsável pela sua vida até você ter a capacidade de fazer isso por você mesma. Tenho muita alegria de criar com você uma relação linda, onde evitamos ao máximo a dependência uma da outra, porque sabemos a importância dessa liberdade pra ser feliz! Recentemente passamos 7 dias distantes pela primeira vez... Muita saudade, mas muita certeza do quanto isso é importante pra nós! A mãe precisa muito ter espaço para ser mulher e ensinar pro filho a importância dessa conquista! Agora, estamos aqui, juntas, renovadas, felizes no nosso lar, aprendendo a praticar o desapego e a sempre retornar, temos a confiança plena que podemos ir e vir, porque sempre teremos nosso coração unido para retornar. Nosso ninho de amor, nossas coisinhas... Juntas, construímos nosso espaço, aprendendo a lidar com todas as dificuldades que envolvem morar sozinhas, uma mãe e uma filha. Agradeço muito aos meus pais por todo o apoio, amor e segurança. Sem eles, não sei como seria... Agradeço muito por eles compreenderem também o espaço de serem avós e permitirem meu espaço de ser mãe solteira, sem grandes interferências, apenas estando sempre por perto para tudo e principalmente nos ofertando muito amor! Sei também que sou uma boa mãe, porque tenho esse exemplo da minha grande mãe! E por isso, tenho total noção do tamanho da minha responsabilidade. Cora, muito obrigada por ser minha filha! E que venham muitos e muitos anos de aprendizados, desafios, alegrias, sabedoria, saúde e muito amor! Te amo mais que tudo!
Eu tenho você,
colada em mim.
No colo do meu útero
até todo o resto
do meu braço.
Eu tenho você
pra sempre,
quer queira você
ou não.
Eu tenho você
em mim.
E enquanto
você depende de mim,
eu sou responsável
por cuidar de você,
educar, ensinar,
estar por perto
e já saber também
me retirar.
A minha mulher cavala pisa firme no chão.
Cavalga forte na trilha sonora cósmica do coração.
Ela não para, determinada.
Ela quer seguir, sem relinchar.
Ela é forte mesmo, pesada por fora, carcaça.
Ela é leve por dentro, amável, puro amor.
Ela é sincera e é o meu escudo.
É minha Deusa, meu mito obscuro.
Minha mulher cavala é minha cara a tapa.
E ela só quer cavalgar, montar e ser montada
Livre, leve, firme e forte.
Um mergulho de cabeça Com os braços para o alto O coração aberto Curvas na coluna Pernas esticadas Pés unidos Bem firmes Pegam impulso no chão
Um mergulho consciente Nas profundidades do mar Lá... Onde moram os mistérios (aquilo que não se decifra) Onde vivem muitos seres (aqueles que respiram) Onde tem cavernas (a sombra) Onde tem verde (o alimento) Onde tem vida
Um mergulho com tudo Coragem Permissão Afeto Liberdade Intensidade Exagero Consciência Consequência
Freud, por favor, explica minha eterna fase oral de querer tudo com a boca! Explica! Me dá uma solução! Eu não dei chupeta para minha filha, pensando em poupá-la de um primeiro vício oral. Talvez pela falta da chupeta, ela seja tão desenvolvida na fala. Ela come muito bem, o que é muito bom. Mas pensando em mim, já acho que a comida faz parte dos meus hábitos orais onde esbarro no vício. A boca tem vontade própria. Fala, come, bebe, fuma, beija, faz biquinho, chupa, sopra. A primeira coisa que um bebê faz quando nasce é abrir a boca para chorar e tudo que ele quer é sugar. Ele toca no mundo através da sucção. Sinto-me um bebê gigante e desejo ter domínio sobre as minhas necessidades orais. A minha ansiedade mora na boca, a minha angustia também. E a minha carência também.
Poema para Cora Beatriz Provasi Será que Cora chorará? Será que sorrirá? E a cara de Cora, corará? E a cor da careta de Cora, será coral? Cora no colo, carinho em Cora Cora linda carinha corada Cora de coragem e de coração Agora, Cora, não chora! - canta o coro de todas as cores. E Cora colore o mundo.
CHAMADO DE CORA Bruno Lima
Cora, querida A felicidade te espera Pela vida afora Enquanto você demora A vir ver a vida. Da primeira idade À última primavera O mundo aqui fora Te reserva mistérios De hoje, de outrora E de a partir de agora. Vem, Cora, querida Simbora! Vai chegando a hora De abrir a caixa De Pandora Quebrar o decoro Encarar a vida Vem, Cora, querida, Que tudo começa bem Aí cresce, aí sofre, Aí tem dia que piora, Tem catapora, Mas depois melhora Vem, Cora Vem ser menina Pra ler Cora Coralina Pra vender saúde E ser Cora Corada Pra brincar de ser O que tiver vontade Cora Curiosa Pra ver a fauna E a flora Pra subir no pé Provar da ameixa Comer da amora Fazer sua própria Trilha sonora Cora Curinga Pra dizer axé Seguir Ganesha Ou o Caipora... Ora, ora É a sua deixa A sua hora Tem rima até Com Nossa Senhora! Vem ser Cora Coração Pra se apaixonar Pela vida E ser correspondida Pra se casar Se quiser Virar nora Ou dar o fora Vem, Cora, Ser Cora Coruja Pra um dia ser mãe E também dar vida A outras Corinhas Ser Cora Corajosa Pra se reinventar E mudar de cor A cada aurora Até ficar velhinha: E virar Cora Coroa Bonitona, numa boa E depois Cora Corega! Orgulhosa da banguela E de uma vida, toda ela Ancorada no amor E escorada na entrega
***** vídeo no YouTube, basta digitar: "Chamado de Cora, com Betina Kopp ******
Primeiro pônei Juliana Hollanda e lá de longe vem ela
do céu do coração
- sua ação em nascer já demonstra experiência -
do desejo de teus pais, de um amor genuíno, em pleno explendor
do carnaval nos mares de itacoatiara
de um conhecer tão de longe...
verdade do querer
você nasceu bem pensada, amada, planejada que veio para alegrar nossa vida em muitas madrugadas e antes que os céticos venham reclamar, eu digo que sei que criança dorme cedo e você veio para nos ninar
alcalmar os corações com sua luz lilás da cor desse primeiro poema-pônei para você, menina. Meu coração! ♥
Vivenciei uma gestação
maravilhosa, muito saudável e feliz! Costumava dizer que estava melhor grávida,
pois com isso, parei de fumar e beber e passei a tomar conta de mim com muito
mais carinho e amor, pois dentro de mim cultivava um ser. Adquiri hábitos
saudáveis e pratiquei exercícios, pilates e hidroginástica, além de caminhadas
na praia. Ingeri alimentos super saudáveis, mas não deixei de comer minhas
besteirinhas, como doces, que amo! Comer é para mim um prazer muito grande e
por isso não quis me privar dessa felicidade. Estar feliz é fundamental para
aproveitar a gravidez. E eu aproveitei muito, nossa! Fiz tudo que podia. Dormi
bem, comi bem, fiz drenagem linfática, grupo de gestante, escultura de gesso da
barriga, diário para Cora, vídeos, fotos, performance... Sentia-me plena. É uma
sensação indescritível que só cabe a nós mulheres.
Fora a parte encantadora,
procurei ler e me informar bastante, fizemos isso, eu e o Tito. Com isso,
busquei um médico que atendesse minhas expectativas em relação ao parto natural
e encontrei. O pré-natal foi super tranqüilo, não senti nada, enjoo, azia, dor...
Não precisei tomar vitaminas e nem tomei nenhum remédio. Adorava ir ao médico,
era uma felicidade! Fazer ultra, então, nossa, um deleite para nossos olhos!
Desejava o parto na banheira, porque sempre tive uma relação muito boa com a
água e pensava que caso minha filha não nascesse na banheira, pelo menos faria
parte do trabalho de parto entrar em contato com a água. Planejei fazer no
Hospital Icaraí, porque aceita meu plano de saúde e tem uma sala linda de parto
humanizado, com teto azul cor do céu cheio de nuvens e uma grande banheira ao
lado. Meu médico dizia que eu poderia fazer o parto como quisesse, de cócoras,
deitada, na banheira... Enfim, sempre me deixou bem à vontade. A única coisa
que não passava pela minha cabeça era fazer uma cesárea. Quando as pessoas
diziam ter medo do parto natural, eu tinha medo era da cesárea. As dores do
trabalho de parto não me assustavam, pelo contrário, desejava muito sentir
tudo, o anúncio da chegada, todas as movimentações fisiológicas, as reações do
meu corpo, a passagem do bebê pelo canal e enfim sua chegada ao mundo.
Conversava com Cora sobre tudo isso, explicava para ela o que iria acontecer,
dizia para ela não ter medo, ser corajosa e segura, que estaríamos juntas,
seria um trabalho nosso, uma apoiando a outra... Mas em momento nenhum joguei a
responsabilidade para ela de ‘entrar em trabalho de parto’, porque ainda não se
sabe de onde parte o estímulo inicial para o trabalho, se é do bebê, da mãe,
dos dois e também não se sabe ao certo o porque não se inicia esse trabalho.
Depois de 9 meses pesquisando,
lendo, conversando, eu e o Tito nos sentíamos super preparados para o trabalho
de parto e o parto e agora, só restava esperar. A data prevista de parto era
dia 27 e a lua cheia chegaria no dia 28, achamos que Cora chegaria junto, mas
nada! O tempo foi passando e nem sinal de trabalho de parto. De acordo com a
data da última da menstruação, eu faria 42 semanas no dia 10 de janeiro, porém
considerando a data apontada na minha primeira ultra eu fazia 42 semanas no dia
06 de janeiro e para os médicos essa data da primeira ultra é muito importante
e eles levam em consideração. Meu médico já esperou até 43 semanas em alguns
casos, mas é preciso monitorar e estar tudo certo com o bebê e a mãe. No dia 06
de janeiro, por volta de 21 horas fui fazer o acompanhamento no Hospital, realizar os
exames necessários. Fiquei 30 minutos sendo monitorada no exame CTG, e o coração dela estava ótimo, mas a ultra apontou que meu
Índice de Liquido Amniótico era 1,7 e isso é muito baixo. A médica do Hospital
queria me internar, mas ela queria isso desde a hora que pisei no Hospital,
independente do resultado dos exames, ela achava que eu já deveria ficar por
estar com 42 semanas e após o toque perceber que ainda estava longe de Cora descer. Fora isso, eu não confiei plenamente no resultado da ultra, pois
a outra médica que fez a ultra não era especialista nisso e sim estava ‘quebrando um
galho’. Falei com meu médico que não ficaria lá, que queria eu mesma ir em casa
pegar minhas coisas e ele concordou e disse que nem pensou na possibilidade de
eu ficar, sabia que eu não tinha levado nada e saído desprevenida, que ele assumia o risco, pois Cora estava mexendo bem com vigor e seu
coração estava ótimo, além disso, precisávamos pensar em mim, no meu estado
emocional, no tempo para eu assimilar o que estava acontecendo, caso contrário
como seria meu pós-parto? E o que estava
acontecendo era: Eu achava que poderia esperar até pelo menos dia 10 e tinha
todas as esperanças que entraria em trabalho de parto até lá, ou poderia fazer
uma indução para o parto normal. No dia 06, eu fui tranqüilamente fazer um
exame e detecto que terei de fazer uma cesárea e que não tenho mais chances de
esperar. Conversei com meu médico e pedi para fazer outra ultra, ele concordou
e marcamos para o dia seguinte, 6 horas da manhã no Hospital Santa Martha, ele
marcou com a médica de lá especialista no exame e pediu que eu já levasse
nossas bolsas, minha e de Cora para depois possivelmente ir direto para a
internação. A minha intuição estava certa de que o laudo estava errado, essa
médica encontrou um Índice de Liquido Amniótico de 4,3. Porém não era
suficiente para manter a bebê num estado confortável estando com a idade
gestacional avançada e nem sinal de trabalho de parto. Eu apresentava um quadro
de Oligoidrâmnio, mas como o índice não era tão baixo, o médico disse que a
única coisa que podíamos fazer era esperar até o dia seguinte (dia 8) pela
manhã e eu disse que queria esperar, afinal a esperança é a última que morre.
Combinamos então, que ele me ligaria para marcar o horário certo da internação.
Voltamos para casa e como não
tínhamos conseguido dormir nada, Tito foi tirar um cochilo e eu fui rezar, pedi
para Deus, para o meu Anjo da guarda, para todos os Deuses, para a
Mãe-natureza, para Cora... Pedi com força que me enviassem algum sinal,
qualquer sinal para eu saber se estava agindo corretamente, um sinal para me
guiar, me proteger, me iluminar. Precisava saber se poderia esperar o tão
aguardado trabalho de parto. Quando eu finalizo minhas orações, Amém,
imediatamente meu telefone toca: meu médico. Dizendo que já tinha marcado e
combinado com a equipe para o dia seguinte, mas que estava angustiado e
preocupado com a minha situação, que isso não saia da cabeça dele e que
recentemente, há 3 meses, havia vivenciado um caso muito parecido com o meu,
que não acabou bem. Pediu desculpas e disse para eu pensar, que por ele, não
esperaríamos até o dia seguinte e faríamos naquele mesmo dia, que eu tive uma
gravidez muito saudável e ele gostaria de me entregar Cora assim, super saudável,
sem riscos de ser diferente ou dela ter que passar por qualquer procedimento.
Desliguei o telefone e entendi que aquele era o sinal que tanto pedi. Conversei
com Tito, coloquei minha vaidade de lado e liguei para o médico confirmando.
Estava mexida por dentro, mas lembrei que quando escolhi esse médico, sabia que
se ele falasse “vamos ter que fazer uma cesárea” era porque realmente teria que
ser assim. E afinal de contas, havia chegado o grande dia, da maior alegria de
enfim conhecer minha cria! Eram muitas emoções misturadas, mas esse dia que
passou foi fundamental para eu assimilar, entender, digerir e aceitar. Assim,
fomos para a maternidade, eu estava muito emocionada, mas amadurecida.
O momento mais esperado ao longo
de 42 semanas e 1 dia estava prestes a acontecer. Entrei na sala de parto e a
música que tocava era ‘Mantra’ de Nando Reis, meu médico preparou uma trilha
sonora para tocar durante todo o parto da Cora.
Depois, entraram Tito e Layana,
minha amiga fotógrafa e militante do parto natural, a presença dela foi muito
importante para mim, pois seus olhos são sempre de amor e calma, além dela
entender muito bem sobre esse processo de gestação e parto. O anestesista era
muito delicado e me deixou bem tranqüila, quando ele dizia o que eu ia sentir, eu
já estava sentindo... e senti o maior barato. (Risos) Esse momento foi bom para
descontrair e eu dizia: “Nossa! Que baratão!” E ria muito. Os eletrodos de
monitoramento foram colocados nas minhas costas para que eu pudesse receber
minha filha no peito livre de eletrodos, o anestesista me explicou que quando
minha filha nascesse eu teria a reação de colocar os braços para frente e não
poderia, pois era a área da cirurgia, mas foi o que eu fiz, quando anunciaram
que ela estava nascendo e baixaram o pano para eu vê-la chegando e prontamente
o anestesista com cuidado segurou meu braço.
Ela saiu da barriga, passaram um
pano nela para uma limpeza rápida e imediatamente ela veio para o meu peito. E
ai, foi muita emoção, muita emoção!!!
Chorava e conversava com ela, que já
buscava o meu mamilo com desejo de mamar, sua mãozinha estava bem próxima do
meu rosto e o seu chorinho era como uma linda canção para os meus ouvidos.
Resolvi falar para ela o poema que falei durante toda a gravidez: Poeminha
Amoroso de Cora Coralina. E imediatamente, ela parou de chorar, foi lindo
demais, olhar para ela, emocionada, chorando e falando versos de amor profundo,
além disso, a música que tocava era “Como é grande o meu amor por você”. Foi
uma emoção conjunta, todos os envolvidos estavam emocionados.
Depois desse
poema, continuei conversando com ela e resolvi falar outro poema: Chamado de
Cora, feito por Bruno Lima especialmente para Cora e mais uma vez ela ficou
atenta escutando.
Foi tudo muito especial, começando pelo cuidado e o carinho
com o parto, podemos dizer que foi uma cesárea humanizada, não era aquele clima
frio de cirurgias, era aconchegante, tudo escuro, luz somente na barriga,
música de fundo, pano abaixado para eu ver ela nascendo, a bebê no meu peito
durante um bom tempo e o envolvimento de toda a equipe. Esse momento que ela
ficou no meu peito, envolvida no meu braço, com as mãos no meu rosto... esse
momento foi algo que não sei explicar, como disse o pediatra, esse é o momento
em que inaugura-se uma família! Olhar para aquele ser, resultado de meses de
gestação, de cultivo, aquele ser que foi gerado dentro de mim, que eu senti
evoluindo a cada dia e que foi muito desejado e esperado, aquele pedacinho de
mim que já amava tanto e sentia transbordar amor, exalar amor, chorar amor...
era só amor, amor, amor, amor...
Depois de trocar com a mamãe, foi
a vez do papai assumir, ele cortou o cordão umbilical,
acompanhou os primeiros
exames básicos feitos pelo pediatra e foi ele quem a levou para o berçário, lá
ela foi pesada e medida: 4,010kg e 52 cm. De acordo com o pediatra, para Cora
foi como se tivesse nascido de parto normal, pois não precisou de nenhum
procedimento comum a cesárea, como aspiração no nariz e incubadora para
ambientar temperatura. No berçário, foi Layana quem colocou a roupinha nela e
ficou atenta para não fazerem nada que não fosse necessário, como esses
procedimentos que citei acima.
O papai exibiu Cora para a família e os amigos,
que aguardavam ansiosos do outro lado do vidro, parecia um aquário de Corujas e
o papai todo bobo com Cora no colo.
Enquanto isso, a mamãe estava
sendo ‘organizada’. O médico disse que ao abrir minha barriga constatou que eu
estava com pouquíssimo líquido mesmo. Foi tudo bem rápido e cheguei a conclusão
que não havia sentido nada mesmo, do início ao fim da gravidez, nenhuma dor ou
mal estar, nem as tão esperadas contrações, senti apenas muitas emoções. Assim
que voltei pro quarto, Cora chegou toda arrumadinha, a coisa mais linda do
mundo. A enfermeira logo a colocou para mamar. Eu não podia levantar, estava
deitada e ela posicionou minha filha e nos ajudou nessa primeira mamada, foi
ai, que entendi como era a ‘pega’ certa e quando ela realmente estava sugando.
Durante o parto, ela buscou o mamilo, mas não fez a ‘pega’, não tinha posição e
nem auxílio e eu não podia fazer muitos movimentos. Mas logo depois, nesse nosso
primeiro momento, foi lindo sentir ela sugando e perceber o poder da natureza
de oferecer o alimento mais poderoso que sai do corpo da mãe. É mágico! E ela
sugava com força, com vontade. A partir daí, criamos nosso laço da amamentação
e tem sido maravilhoso. É um momento especial entre nós duas e mamar é tudo pra
ela! Poder oferecer o alimento é como um presente que recebo a cada mamada. Aliás,
ser mãe é um presente divino, uma dádiva! Só tenho a AGRADECER! Muito Obrigada,
Deus, Anjo da Guarda, Tito(meu amor), mamãe, papai, todos os familiares,
amigos, Layana, médicos, enfermeiras... Muito Obrigada, Cora por nos escolher
para ser seus pais e compartilhar nossa existência com você. Sou muito feliz
por você ter me escolhido para ser sua MÃE!!! Gratidão!
Estamos em outubro e eu estou com 7 meses de gravidez, desde que descobri que carregava uma vida em meu ventre, que não consegui mais atualizar meu blog, sequer escrever um poema, porém escrevo diariamente no livro-agenda-caderno chamado "365 dias de um ano muitos especial" e conto para minha filha tudo que está acontecendo e como estou me sentindo.
O blog serve como registro para mim e no começo do ano participei de dois Eventos muito legais que faço questão de registrar aqui, ambos aconteceram em abril:
- Semana Literária da Escola Parque Gávea
Foi maravilhoso participar desse evento, fiquei responsável por dar uma palestra sobre POESIA para duas turmas do nono ano do Ensino Fundamental, uma de cada vez, ocupando o tempo de uma aula, cerca de 50 minutos. Eu fui vestida de garçonete e palestrei sobre poesia falando muitos poemas, conversando e abrindo espaço para que eles pudessem se expressar. Esses alunos sabem a diferença que existe entre poesia e poema e estão bem preparados para trocar sobre esse assunto! Foi bem legal! A garçonete da poesia foi o personagem escolhido para colorir a palestra, mas nem precisei usar o cardápio da performance Poesia para Degustar. O tempo passou muito rápido para mim e para eles, o que significa que foi muito prazeroso para nós!
- III EPOCABREU Encontro de Poetas em Casimiro de Abreu.
Na cidade do poeta, a palavra voou suave, uma brisa leve e gostosa na beira do rio. Tudo muito simpático ao ar livre. Eu circulei por todas os espaços com a performance POESIA PARA DEGUSTAR e encontrei adultos e crianças disponíveis e sensíveis, tinha até casal em Lua de Mel. Foi muito lindo e prazeroso! O poeta com certeza estava nos abençoando!
A performance POESIA PARA DEGUSTAR é super adaptável, vamos nos moldando de acordo com a proposta. Quando comecei, fazia de forma itinerante e depois foram surgindo outras formas, como Oficina de Poesia, Palestra e Apresentação em palco.
A loja Marycota em Niterói lançou seu acervo coletivo com curadoria de
Frederico Tauil, consultoria de moda por Alice Autran Garcia, exposição
de quadros de Guilherme Pondé e eu excutando um desfile-performance.
Após caminhar pela loja, achei apropriado falar um poema de Viviane Mosé
a palavra é uma roupa que a gente veste
Uns gostam de
palavras curtas.
Outros usam roupa em excesso.
Existem os que jogam palavra fora.
Pior são os que usam em desalinho.
Alguns usam palavras raras.
Poucos ostentam caras.
Tem quem nunca troca.
Tem quem usa a dos outros.
A maioria não sabe o que veste.
Alguns sabem e fingem que não.
E tem quem nunca usa a roupa certa pra ocasião.
Tem os que se ajeitam bem com poucas peças.
Outros se enrolam em um vocabulário de muitas.
Tem gente que estraga tudo que usa.
E você, com quais palavras você se despe?
(Viviane Mosé)
Frederico Tauil escreveu um texto sobre a estação e eu fiz a interpretação através da fala e de gestos agregados a tintas.
Telescópio.
A vida volta seu olhar para o multissensorial: somos exuberantes, somos formas rebuscadas refletindo
todo o ouro do sol e toda prata da lua. Somos tudo o que temos direito, em cada
segundo, como nunca mais!
Estou entregue escancaradamente a minha primitiva FOME DE
VIVER!
E começo os dias vibrando instantes de tons avermelhados. Na
minha cintura marcada, somente um desejo: que seja eterna esta sensualidade
dramática que corre em minhas veias e pulsa sinfonias
! Eterna; enquanto dure.
Agora é minha melhor estação... Esmeraldas, rubis, safiras,
tudo junto e misturado refletindo em prismas meu brilho durante dias e noites
sem-fim...
Abro alas em paz sem vergonha de ser feliz, pq afinal de
contas, sei que um dia estarei muda, e mais nada.
O que rolou, passou... e eu não quero deixar de registrar na minha grande gaveta virtual: o blog.
Agência de Notícias
Participar
11.03.2012
2º Seminário de Aprendizagem teve Talk Show em sua programação e foi um sucesso
No
formato de um programa de Talk Show, os jovens do Pró-Lideranças NEA-BC
debateram no 2º Seminário de Aprendizagem junto com lideranças de
movimentos sociais, as suas histórias, desafios e conquistas ao longo de
suas militâncias.
O Talk Show é um gênero de programa televisivo em que uma pessoa ou um
grupo de pessoas se junta e discute vários tópicos que são sugeridos e
moderados por um ou mais apresentadores, tendo nos intervalos das
discussões apresentações culturais, na qual a do Pró-Lideranças NEA-BC
foi coletivo cultural Voluntários da Pátria.
Comandado pela apresentadora da Multishow, Betina Kopp, os líderes
sociais Andrés Thompson, Elionice Sacramento, Michel Chagas e Luciara
Figueira compartilharam com os jovens as diversas inteligências de
liderança, destacando momentos importantes de suas atuações. As
lideranças convidadas participam respectivamente das seguintes
Instituições ou Movimentos Sociais: Projeto Streetfootballworld Brasil,
MPP - Movimento de Pescadores e Pescadoras, Instituto Steve Biko e
CGPEG/IBAMA.
Sano a sanidade possivel no oco da alma oculto e profundo. Escapole em instantes pingos do presente inventado, quadro criado, pintura difundida revelada em luz.
Para variar um poquinho, estou atrasada nas informações, mas o que vale no meu blog é o registro...
Pela quarta vez consecutiva, o grupo Corujão da Poesia esteve na FLIPORTO - Festa Literária de Pernambuco, que antes acontecia em Porto de Galinhas e agora acontece em Olinda.
Na edição de 2011 estivemos eu, João Luiz, Beatriz Provasi, Paulo Beto Meirelles e Natália Parreiras. E garanto, que como sempre, pintamos e bordamos POESIA na companhia de muitos outros companheiros...
Começamos bem no dia 12 de novembro, abrindo o palco com poesia para o Show do nosso padrinho Jorge Ben Jor. O Fortim do Queijo é um espaço aberto e ficou lotado, as pessoas foram muito receptivas e escutaram com atenção nossa apresentação. Foi um momento especial de vibração da Poesia. O show de Jorge Ben dispensa comentários... Muita energia!!!!!
O Cortejo Poético circulou por toda a Praça do Carmo unindo os grupos Corujão da Poesia, Literatrupe, AltFest Fliporto e todos que passavam... com bonecos gigantes de Deepak Chopra,Gilberto Freyre e Jorge Ben Jor. Eu fui de PQP - POESIA QUE PARA.
Encerramos nossa participação na Tribuna Livre.
É sempre muito bom participar dessa Festa linda, sinto-me parte dela. Estou em família com o giro da poesia pernambucana. Na FLIPORTO, acontecem momentos muito especiais, pessoas que eu só encontro lá e é muito bom poder trocar e estar com pessoas interessantes e carinhosas.