sábado, 30 de janeiro de 2010

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

reticências

Eu sinto que posso querer sair por ai por aqui escrevendo o que vier na minha tela ignorando toda e qualquer pontuação gramatical sem pontos sem virgulas sem paragrafos ou frases ou acentos ahh reticências amo tanto as reticências que como poderia escrever sem elas como vc me lê é diferente do que eu estou sentindo portanto a pontuação é sua e não minha mas eu concordo que pelo menos a virgula ajuda a diferenciar e facilitar caminhos a virgula é capaz de mudar o assunto transviar burlar a regra e o momento de respirar como fica fica nessa historia quem lê o que mofou morangos não mofam nas mãos de quem quer comer mas as palavras passam da validade no coração que deseja sentir apenas palavras em vão não servem para atenuar cada palavra ou virgula as atitudes estão nas ações cotidianas eu vou fazer meu dia ser ser algo não somente algo qualquer perecível mas algo algo que não explica ou nada apenas fuma traga sente e passa índio quer cachimbo índio quer fazer fumaça apenas eu poderia te dizer essas palavras para que elas fossem interpretadas da maneira que eu desejo chegar no seu coração caminho árduo todavia eu não facilito a sua ou nossa compreensão dos fatos pois se quer me dou ao luxo de colocar virgulas pontos ou até quem sabe acentos acentuar as camadas coloridas do arco-írias que inspira o meu desejo de agora aqui nesse quarto nessa cama de fazer o que eu quero desse momento algo que pouco me importa o que será as vezes não consigo não acentuar porque ai seria além do que meu cérebro pode alcançar incompreensível demais para as massas musculares que habitam nossos corpos foda-se se você é cerebral demais e não entende Clarice com letra maiúscula sim porque é nome de gente gente racional não compreende os vômitos do ser humano pulsante do coração da mente errante que prefere errar e assim aprender novos caminhos esse fluxo não para e eu preciso parar dormir descançar acalmar minha voz grave que rapidamente fica rouca conseguirei não fumar e parar já chega de punheta cerebral sentimental mas se assim sou assim serei e não conseguirei disfarçar nem fingir nem ser o arlequim da commedia dell´arte palhaço paspalhão bobo da corte desconhecido do grande público pede seus aplausos para sair de cena e desejar que se criem reais possibilidades para seres estrangeiros dos mundos habitados eu escrevo para mim e nada importa além da poesia que paira no meu coração importa sim transmitir algo a alguém mas não impor o que eu penso os pensamentos devem vir de suas cabeças porque não tem valor algum se vier de outras a sua cabeça de medusa será cortada se vc não expor para que veio ao mundo preciso parar se pontuasse faria mais sentido vou ler isso e gravar na memória dos sentidos do sentido do sentinela da prisão mundana domiciliar domesticando suas formas e prazeres e eu preciso parar mas o impeto é tao profundo que me impede e não respondo mais a mim eu ser individuo betina e não o ser artista que represento pelas ruas e bares e praias e motanhas e shows e espetáculos e tragédias e derrotas dedico esse vômito a Caio Fernando Abreu seus morangos mofados e a Clarice Lispector por sua coragem e garra de manter misterioso o que é o mistério e nunca será desvendado pelas esfinges cerebrais talvez até as corporais pré-históricas tenham mais o que dizer do profundo sentimento verdadeiro de viver estou em Curitiba no hotel e acabo de ouvir tiros sei que são tiros porque já estou acostumada com os seus barulhos moro no Rio de Janeiro cidade maravilhosa de mulatas praias carnaval e balas perdidas aprendi o som seco da bala tenho que aprender sou menina sou mulher e preciso parar agora já dar um fim a essa história que não conta nada nada nada nada e bóia no mar uma palavra puxa a outra mas agora preciso absorver o nada e dormir e depois trabalhar e usar minha voz minha arma que precisa descançar e estar inteira inteira busco ser sempre inteira sou sou sou inteira e acabou reticências

Eu.

Eu bebo.
Eu fumo.
Eu quero pensar.
Eu quero sentir.
Eu.

cheiro

merda de cheiro
impregnado na minha alma
vou tomar um bom banho
e lavar as impurezas do mundo real
mas continuará em mim...
cheiro maldito que não quer me largar.
liberta-me do sentimento maldito de te desejar.
amar?
amor não!
cheiro é sentimento da carne.
carne mal passada.
vamos passar tudo a limpo?
Resolver bobas questões deixadas de lado...
bate, bate aqui.
no peito.
no coração.
no corpo, ele, o corpo, não engana!
não adianta eu dizer NÃO!
e ele, o corpo, dizer SIM.
não posso fugir dos meus instintos animais, primitivos.
eu sou um ser da caverna.

jogo

caminhos sinuosos;
curvas.
a linha de chegada está no ponto final da partida.
atrás do que se pensa,
ou na frente do que ama.
ao lado do pulso.
pressão alta que atinge os possíveis pícaros.
índio pícaro.
indiana jones.
não é vc.
não sou eu.
fantasia de carnaval
inspirada nos anos 70.
será que se fosse outra época
seria diferente?
ou...
o que muda o nosso padrão?
culpa?
desejo?
tesão?
acho que não.
pode até ser que sim....
mas depende de tantos fatores
que sou incapaz de definir o futuro.
O jogo está em minhas mãos,
possuo a canastra real.
mas não quero competir e muito menos ganhar.
Esse jogo sujo não me interessa.
Jogo as cartas na mesa
e entrego o seu desejo de mim em outro.
ou outras.
não importa.
o que importa é o jogo
não o vencedor.
Vence quem conquistar mais países no jogo de War.
Eu perdi, de W.O.
game over para minhas emoções.
meu sexo que exploda o himalaia.
prefiro meu coração nas ondulções do mar...
e dos céus também.
quem sabe?!
eu não sei.
vc sabe?!

sinto seu cheiro em mim.
respiro e sinto o seu cheiro.
apenas nesse momento desejo vc muito perto de mim.
mas amanhã quando acordar
e tomar o banho diário
lavarei minha alma
meus órgãos
e meu peito.
fico eu.
meu cheiro.
recheio.
e vc, morre.
....
game over.
again.
...
...
...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

da viagem da Bahia - Viver o Vento

É como se nada passasse por mim...
Somente vento
as vezes até passam palavras.
É como se o vento me levasse...
O tempo do bahiano tomou conta do meu tempo.
Estou a viver o vento.
Eu estou atrás de mim.
O vento deixa minha identidade lá atrás.
Embalada pelo som das folhas dos coqueiros,
amo a Bahia.
é aqui que recarrego minhas energias.
ENERGIA EÓLICA aqui é o que não falta.
Entrego minha cabeça para o vento e nada mais penso.
Não penso, somente existo.
Vivo no vento e meus músculos relaxam até derreter
na água quente e acolhedora do mar da Bahia.

Estou a viver o vento.

Vídeos feitos na Praia de Moreré, Ilha de Boipeba.
o mesmo poema em duas paisagens.

Curitiba

Estou em Curitiba.
Hoje tem apresentação do grupo Voluntários da Pátria no Colégio Santa Maria.
Estamos na programação do I Congresso Jovem Marista.
Grupo: Eu, Tico Sta Cruz, Tavinho Paes, Glad Azevedo, Edu Planchêz, Pedro Poeta e Adressa Koetz.
Estamos sem o nosso integrante Igor Cotrim que está no reallity show "A Fazenda 2".
Vamos torcer por ele! Já está na última semana do programa.

Amanhã eu e o Tavinho vamos fazer o lançamento dos nossos livretos que fazem parte da HEART.ACTION COLLECTION. Vamos fazer performances... Informações abaixo.

E depois vamos gravar poemas para RadioCaos.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

veio e vai...

Caminhando pela Praia de Icarai com havaianas no pé e uma mochila pesada nas costas.
Sinto calor, estou quente por dentro.
Sinto cheiro e gosto de vida.
Sustento o meu insustentável peso de ser.
Caminho com minhas obrigações e agora, mais do que nunca, caminho sozinha.
Sei que no fundo se é só no mundo.
Caminho e memórias passam pelo meu corpo.
Chego na Rua Álvares de Azevedo e cada passo é uma lembrança do meu avô.
O cinema que hoje já não existe mais...
A Cantina DiDanta onde comíamos pizza que hoje é um prédio.
O Hortifruti que era uma casa abandonada e eu sempre olhava com assombro e curiosidade.
O Colégio Alzira Bittencourt que foi derrubado e preparam seu terreno para mais um prédio...

Escrevi esse texto no final do ano passado quando sai do terraço da Layana e resolvi fazer uma visita para minhas tias-avós que ainda moravam no apartamento do meu avô.
Era um domingo e eu sentia a melancolia típica desse dia e sentia também a dor das mudanças.
Sentia com força o sentimento de que tudo passa, transforma, acaba.
E o quanto a força do amor permance.
Hoje, dia 26 de janeiro de 2010 retomo estes sentimentos com o falecimento da minha tia-avó Sônia Rohe Kopp, irmã mais velha da mãe de minha mãe: Hebe Rohe Kopp, que já se foi há anos e foi o meu primeiro contato com a morte, aos 9 anos.
Herdei a cor dos olhos da descendência alemã de minha avó e seus familiares. Minha tia-avó Sônia tinha os olhos mais lindos da família: azul da cor do céu.
Registro aqui o meu profundo agradecimento aos meus antepassados.
Tudo que sou, a forma da minha formação, o carinho de minha educação.
A única coisa que fica é o amor.
As lembranças são o meu maior tesouro.
As perdas me fazem mais madura.
Dentro de mim nascem novos sentimentos de vida.
Aceitar o ciclo do começo, meio e fim.
Aceitar a vida que pulsa no meu coração.
Minha tia-avó Sônia sempre me ensinou orações, filosofias de vida e a força dos cristais protetores...
Quando eu tinha mais ou menos uns 8 anos, ela me ensinou uma oração que carrego comigo até hoje e ainda tenho escrito no papel desde aquela época com minha letrinha de menina e corações. Vou scanear e postar aqui, mas por enquanto, como estou sem scaner..... ai vai, a oração de Lauro Trevisan:

SOU PERFEITA, ALEGRE E FORTE.
TENHO AMOR E MUITA SORTE.
SOU FELIZ E INTELIGENTE.
VIVO POSITIVAMENTE.
TENHO PAZ.
SOU UM SUCESSO.
CONSIGO TUDO QUE PEÇO.
CONFIO FIRMEMENTE
NO PODER DE MINHA MENTE.
PORQUE DEUS É O MEU SUBCONSCIENTE.

Fora isso...
hj tb é aniversário do meu amigo e poeta predileto Tavinho Paes. Viva a vida!!!

E ontem a reinauguração da Livraria da Travessa foi maravilhosa!
Segue link do JB Online com fotos e comentários de Heloisa Tolipan:
http://www.jblog.com.br/heloisatolipan.php?itemid=18988

Falando poesia aos pés de Pixinguinha na Travessa do Ouvidor

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

algo novo

no meio das coisas antigas (ainda virão mais)
algo novo que acontecerá nessa próxima segunda-feira dia 25/01:
Reinaguração da livraria Travessa 1.


Eu participo 11:30 falando os poemas 'DEVORAR' de Alphonsus Guimaraens Filho e 'As livrarias' de Fransisco Bosco.

mais antigo ainda.

Arrumando minhas coisas, achei um poema escrito em 05 de outubro de 2007.

Sinto o apoio dos braços na mesa
o peso do cansaço
uma grande mochila nas costas curvadas.
ainda tenho escudo.
Estou perdendo a potência da espadada
e o alvo da flecha.
O que me resta dessa metálica armadura?
Vou passear com o tempo,
Encontrar com os momentos
E navegante sigo sem reta, sem testa
O coração é o que me resta.
E sinto sua leveza bombeando meu corpo...
até meu pensamento.

14 de dezembro de 2009

Seguindo 'coisas antigas'....
CEP 20 mil em homenagem a Mario Bortolotto
saiu na coluna "Gente Boa".
Fizemos uma leitura dramatizada da peça "O método": eu, Beatriz Provasi, Marcela Giannini, Juliana Hollanda e Karla Sabah.... Foi muito, muito divertido! Era a batalha dos egos, eu representava o EGO 1 e Marcela Giannini o EGO 2. A foto pega exatamente um golpe que o 1 dava no 2 falando: "Eu acredito na Carla Perez e napaternidade do Gugu". rsrsrsrs.......
Gente Boa - Segunda Caderno - O Globo

E tem link do vídeo no YouTube:


http://www.youtube.com/watch?v=dS_CbKQp89Y

saudade de postar

O blog está atrasado.... de certa forma isso me incomoda um pouco...
Preciso postar coisas que já passaram e ai vai...
Para dar alguma continuidade no post anterior: Natal.
Poeta-oculto.
Beatriz Provasi me tirou e eu ganhei de presente um lindo poema.

a poesia impressa no corpo
a poesia expressa na fala
poesia nas veias
olhos, sorrisos
no coração
a força de mil cavalos
a fome de cem leões
o fogo de dez dragões
e o canto de uma sereia
na sua voz
e ela é só uma menina
bailarina, serpentina
brincando de ser feliz
é uma atriz que esbarrou na poeta e disse:
-desculpa, não vi que você estava ai...
e a poeta já estava nela
poética, com cores vibrantes
corpinturada na sua pele
luminosa nos olhinhos que pedem mais
a poeta rompeu o casulo
borboleta colorida
e saiu voando por ai...
levando a atriz, a bailarina, a menina
a voar mais alto, mais leve, sempre mais...
um dia ainda vejo ela na tevê, na tela do cinema
num close up que faz ver a alma
e vou dizer: que linda! Ela é poesia...
ela ainda é a menina que brinda.

Beatriz Provasi