segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O Teatro

O que está acontecendo comigo?
Seja sincera, Betina!
Não tente colorir os sentimentos.
Estou com raiva, sinto-me rejeitada.
Quero receber amor e não recebo e por isso parei de doar e ai esse amor explode dentro de mim e eu caio nas forças do mal.
Sim, é um processo espiritual.
Tem que fortalecer o santo, guerreiro.
E ir para luta, doar, 'dar não dói.
O que dói é resistir'.
Estou resistindo? É por isso que dói?
Estou muro de concreto?
Falta o que? Me jogar?
Ah... mas eu me jogo. Jogo.
Mas quando vejo sujeira no jogo, prefiro abandonar.
Abandonar a missão?
Ah, não!
Preciso agora reorganizar minhas estruturas.
Agir com o melhor do meu coração!
Meus melhores sentimentos.
CORAGEM, cão covarde!

Sou vaidosa?
Uma coisa é certa: sempre convivi com o elogio.
Meu ego como vai? Ferido?
Quero atenção como uma criança manhosa.

Atravesso meu corpo com o passado para tentar encontrar referências que me ajudem a pensar, organizar meu processo.
Analisando algumas questões, vejo dificuldade em lidar com o coletivo no Teatro, especificamente com o bicho que tb sou: o ator!
eu, o outro e nossas questões.
Sou obrigada a crescer.
Voltar dez passos.
Retroceder e virar na rua anterior que passou a esquerda.

O tal amor incondicional que eu sempre tanto falei...
escorreu no meu suor...
preciso dele!
Clarice, tanto já te usei para dizer isso:
"A única salvação individual que eu conheço é dar um pouco de amor e as vezes receber amor em troca"
Tantas vezes falei do amor...
Ele está gelado dentro de mim?
Que dança é essa?
Que coletivo é esse?
Que estrutura é essa do Teatro, tão poderosa?
Arrebatador.
É agora: tá afim?
Vai falar ou vai fazer?
Clarice novamente:
"Pensar é um ato. Sentir é um fato."

(Experiências com Amir Haddad no Teatro Tom Jobim no Jardim Botânico e conversas com meus amigos Karlinha e Daniel)

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