quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Alguém para limpar...


Eu... Eu que sou muito independente...
percebo na madrugada que preciso de alguém para limpar minhas costas.
Minhas mãos não alcançam as minhas escápulas...
lá está cheio de tinta,
as vértebras carregam a massa corpórea
pesada, músculos e ossos sustentam
o peso faz carimbo na pele.
a fina camada que me protege,
papel nacarado, fruta-cor...
é tão singelo que tudo por ele passa
minha pele vira tela, 'decalcada'
suporte manchado.
Limpar essa tinta é
limpar minha alma
limpar meus restos
limpar figurinhas repetidas
limpar sujeiras da rua, mendigos, cracks...
cracks do jogo da vida.....
crack viciado, possuido.
Oh, mãe-natureza!
Você criadora,
possui tb o fogo que queima a luz do céu.

1 comentário:

Maristela Trin disse...

poetando bem, bela poética.
te amo,
maris